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MUNDO BOTONISTA

Por Quinho Zuccato (03/08/2022)

Os segredos de uma final.

Saudações amigos do Mundo Botonista! A coluna de hoje foi um pedido do nosso editor-chefe, Jeferson Carvalho. Em uma conversa que tivemos há poucos dias, surgiram uns detalhes que debatemos sobre a final do último Campeonato Brasileiro, entre mim e Rogerinho (atleta do Botafogo-RJ) na qual conquistei meu 5º título brasileiro com uma vitória por 7x3. Então lá vão alguns "segredos" dessa final:


1° Segredo: Assim que ganhei a semifinal do botonista Dennis Albarello, já procurei ir rapidamente para a Arena Brianezi, a mesa da final. Motivo: escolher o lado da mesa em que jogaria o segundo tempo. Mas por que? Pra ter menos pressão no segundo tempo, no momento de decisão, atacando para o lado contrário ao público, evitando uma possível situação de pressão.


2° Segredo: A partir do primeiro ataque do Rogerinho, já percebi que não poderia confiar tanto na bolinha, portanto, fazia jogadas sempre com dois botões e dando toques mais curtos. Na maioria dos chutes eu ajeitava pro chute com o botão do passe, e não com o botão da finalização. Deu certo.


3° Segredo: Procurei aproveitar do melhor jeito possível as oportunidades que o adversário me ofereceu. O empate era meu, o jogo estava 2x1 pra mim. Ele errou o chute. Estava no final do primeiro tempo. Fui pra um ataque de confiança, bola apontada de frente para o gol, e chute no canto na campainha fazendo 3x1. Gol importantíssimo na partida.


4° Segredo: Sabendo que o Rogerinho chutara apenas 3 bolas no primeiro tempo, e no segundo tempo a saída seria dele, se ele não acelerasse o jogo (o que não é característica dele), ele chutaria 4 bolas no tempo. Ou seja, se eu fizesse mais dois gols no segundo tempo, teria muita chance de ser campeão. Ter essa percepção ajudou-me no aspecto da confiança - tão importante em qualquer final. Quando ele deu a saída e errou o chute. redobrei a concentração pois sabia que aquele era o momento. Não podia errar. Fui controlando o ataque até tentar ajeitar a bola da intermediária e chutar no canto novamente, porém a bolinha entortou. Como ainda tinha mais três toques para ajeitar a bola, e consegui apontar do bico da área. Fiz o 4x1 - um gol que praticamente selou a sorte do confronto.


5° Segredo: No primeiro tempo, eu abri um pouco mais o meu lado direito da defesa e percebi rapidamente que meu adversário tinha aquela preferência de posição na mesa. No segundo tempo eu fechei ainda mais aquele lado e ele chegou a se enrolar numa jogada a tal ponto que nem conseguiu chutar. Me entregou a bola e eu fui fazendo o ataque com bastante tranquilidade, pois sabia que depois desse ataque ele só chutaria mais duas vezes ao gol. Apontei a bola que queria ter apontado um ataque antes, só que dessa vez, o corte do chute foi para o canto de dentro. Vitória e título garantidos.


Consegui imprimir tudo que eu planejei taticamente para o jogo, o que favoreceu, evidentemente a performance técnica, a imposição e a confiança. Entendo que consegui fazer a leitura correta dos diferentes momentos da partida desde o início e tive a qualidade para tomar as decisões mais adequadas para cada um deles. O pentacampeonato veio, e compartilho aqui, sem nenhuma espécie de vaidade estes detalhes com os amigos, aproveitando para parabenizar o meu adversário, Rogerinho mais uma vez pela campanha extraordinária. Acredito que compartilhando estes detalhes, as pessoas voltem a assistir à final e percebam que não só de "mão calibrada pra fazer os gols" se faz uma conquista no futebol de mesa. Muitos detalhes que são extremamente importantes passam, muitas vezes, despercebidos.


Aproveito para convidar aos amigos para acompanhar a próximo episódio do programa "Academia do Botão" no canal Mundo Botonista no qual meu amigo Victor Heremann já me adiantou que pretende abordar detalhes dessa partida em sua análise. Grande abraço à todos!

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O Socorrense Marcus Paulo Liparini Zuccato, ou simplesmente Quinho, como é conhecido no meio botonístico, está entre as maiores lendas do futebol de mesa. Campeão mundial, foi talhado para caçar títulos desde garoto, (campeão brasileiro da categoria principal aos 15 anos de idade, um recorde até hoje jamais igualado. Enquanto colunista do Mundo Botonista, a cada semana Quinho divide um pouco do que sabe sobre questões relacionadas à técnica de jogo na modalidade 12 toques.

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