Bem, amigos botonistas do Brasil e do mundo, amantes dessa arte que mistura precisão, emoção e memória. O ano vai se despedindo, o espírito natalino já toma conta de nós, e confesso: também fui invadido por ele. Por isso, trago-lhes um presente — uma verdadeira joia literária que, em 2025, completará uma década de sua segunda edição.

Falo de uma obra rara, intensa e atemporal: BOTONÍSSIMO, O LIVRO DO FUTEBOL DE MESA – Vol. 1 (originalmente publicada em de 1998), com uma Segunda Edição de 2012 e revisada pela última vez em 2015 pelo mestre Ubirajara Godoy Bueno. Um verdadeiro oráculo de sabedoria e humildade que nos convoca, com a mais nobre das missões: "Ajude a preservar a historia do futebol de mesa".

E é exatamente isso que ele faz — conduz uma partida literária magistral, na qual cada capítulo é um toque preciso, cada história um gol de placa na memória esportiva brasileira.

O livro reúne histórias, artigos técnicos, entrevistas, táticas, humor, ilustrações e curiosidades, tudo com o rigor de quem compreende o futebol de mesa não apenas como passatempo, mas como ciência, cultura e paixão. O campo de estudo — São Paulo, berço de tantos mestres botonistas — foi escolhido com o cuidado de quem mede cada jogada antes do chute decisivo.

Com suas 170 páginas, Botoníssimo mereceria uma resenha de, no mínimo, cinco laudas. Mas, como estamos em clima de crônica, deixemos que o coração fale — e, cá entre meus botões, lembro-me do querido Jeferson Carvalho, um verdadeiro guia espiritual do futebol de mesa. Mestre, professor, quase um profeta, que nos conduz à iluminação da história viva do esporte.

Em suas transmissões, Jeferson costuma afirmar, com brilho nos olhos, que a Federação Paulista é a “Meca do Futebol de Mesa” no Brasil. E ele tem razão: São Paulo é o ponto sagrado onde a fé botonística se renova a cada torneio.

Por isso, ao abrir Botoníssimo, temos a sensação de folhear o Alcorão do Futebol de Mesa — guardadas as devidas proporções, claro. Pois, se o Alcorão é o livro sagrado do Islã, revelado a Maomé, este aqui é o livro revelado aos apaixonados por tampinhas, botões e lembranças, onde cada linha traz a presença espiritual de Ubirajara Godoy Bueno et al., inspirando-nos a não deixar morrer essa herança cultural.

Leiam-no com respeito, emoção e sensibilidade. Porque, assim como a Bíblia é lida na presença de Jesus e o Alcorão na presença de Alá, tenho certeza de que Botoníssimo é lido sob o olhar generoso de Bira — lá do seu campo celestial, com suas “tampinhas & botões”, soprando o vento da imaginação sobre cada partida, pois, quem vê cara, não vê imaginação. Por isso, concluo ecoando seu pedido eterno: 

Viva o que há de eterno e mágico no futebol de botão. Finalizo me despedindo dos amigos leitores com o compromisso de uma nova temporada a partir de março de 2026 e desejando a todos os botonistas um feliz Natal em família! Ho-ho-ho…