Desde o mês de setembro tivemos uma mudança na direção da regra 3 Toques junto à Confederação Brasileira de Futebol de Mesa (CBFM). Saiu o carioca Marcos Damázio e entrou o mineiro Leandro Vianello Benício, conhecido como Leco, que comandará a regra pelo próximo triênio. Na oportunidade trazemos uma entrevista com o novo diretor de 3 toques, onde o mesmo se apresenta e revela como irá encarar esse grande desafio.

Mundo Botonista: Quem é o “Leco”? Se apresente e nos conte um pouco de sua história no mundo do futebol de mesa.

LECO. Primeiramente gostaria de agradecer o convite, de falar um pouco sobre minha trajetória no futebol de mesa. A minha história começa em 1987. Quem é o Leco? O Leco é um garoto de 7 anos de idade que foi convidado para poder jogar botão na sede do Futrica, na residência do Sidney e da Dona Cecília, local onde recepcionava diversos jovens de Juiz de Fora e que iam praticamente todos os sábados para a sede do clube para poder jogar botão. O Sidney ensinava a garotada toda os fundamentos do jogo e ali foi o início de uma paixão, de algo que realmente veio a fazer parte e mudar a minha vida. No Futrica, todas as crianças eram conhecidas pelo time de futebol representado nos seus botões, e o meu nome de time e eu era o Fortaleza. Desde então venho praticando o futebol de botão e, durante a juventude, fui acumulando alguns títulos dentro do clube. Cheguei a ser campeão mineiro individual da segunda divisão que era a categoria Mirim. Fui crescendo e gostando cada vez mais. Lembro de cada detalhe da trajetória e a paixão nunca foi esquecida. De 1987 a 1997 eu joguei botão direto e depois eu parei entre 1997 e 2009, quando eu procurei um amigo da época — Leonardo Stumpf — com o qual comentei que eu gostaria de retornar,  pois sentia muita falta de jogar botão. Marcamos uma partida e de lá pra cá eu não parei mais. Me dfino como um apaixonado pelo futebol de mesa, principalmente pela regra 3 toques. Já joguei outras regras como 12 toques e Dadinho, mas a 3 toques foi com a qual me envolvi mais e pela qual sempre tive um carinho enorme. E a regra que mais me chama atenção, que mais me motiva, atualmente, a praticar esse esporte.

Mundo Botonista: O que lhe motivou a assumir essa empreitada de Diretor de Regra?

LECO. A maior motivação para apresentar minha candidatura e assumir a direção de regras está relacionada diretamente à preocupação que nós tínhamos com relação à condução do movimento. É que nós, com a saída do Damázio, não tínhamos, até em abril, ninguém se postulando ao cargo. Após conversas com diversos amigos de Juiz de Fora, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, demonstrei o interesse e que acreditava que poderia contribuir com o movimento, por ser uma pessoa que conversa com todo mundo, que é participativa, colaborativa e que tem pensamentos de fazer uma condução  do trabalho de forma democrática. Acredito que posso pode unir forças para que todos contribuam com o crescimento da 3 toques

Mundo Botonista: Qual o cenário da regra atualmente e o que você pretende fazer num primeiro momento?

LECO. Eu diria que nós temos um grande desafio pela frente, pois administrar um grupo seleto de botonistas com personalidades únicas, opiniões, pensamentos, ponto de vista, entendimento e convicções diversas, de fato, não é fácil. Porém, o que me faz acreditar é que somos capazes de transformar tudo aquilo que desejamos através de ações, muito trabalho, organização, união e, principalmente, respeito. Eu gostaria que nos torneios houvesse mais fair play, que a os participantes fossem realmente para poder divertir, deixar as rivalidades na mesa e que possamos nos organizar como clubes, como regra e que tenhamos a liberdade de conversar abertamente sobre coisas que possam vir a agregar ao movimento.

Mundo Botonista: O que pretende fazer em relação à captação de novos adeptos para a regra?

LECO. Falar sobre essa parte de captação de novos adeptos da regra é um assunto delicado, complexo, que exige muito cuidado e uma análise profunda sobre o movimento. Desde que eu jogo botão, eu sempre escuto um ou outro falar sobre a questão de novas pessoas, novos botonistas, o que a regra poderia fazer para se tornar mais atrativa. Ao meu ver, primeiramente, a gente precisa fortalecer a 3 toques e, posteriormente, pensar em novos adeptos. Necessitaríamos, no caso, de uma comunicação que fosse mais efetiva, talvez buscar mídias sociais para que tenhamos uma visibilidade maior e, claro, coordenando nossa ações com a CBFM e com a própria comunidade, com todos os botonistas. Uma atitude mais participativa da comunidade talvez por levar a chegada de novos botonistas.

Mundo Botonista: Como pretende fazer em relação à escolha de sedes e calendário para o mandato?

Em relação a esses dois pontos, gostaria de ressaltar que foram programadas duas reuniões. No último dia 10 de outubro deliberamos sobre o calendário e sedes dos campeonatos para o ano de 2025. Tudo como ação conjunta, colaborativa e participativa junto aos representantes das federações, quando todos opinaram e puderam votar sobre o calendário de 2025 e também ao nível de datas, sedes e até mesmo com relação à estrutura mínima que demandaria para que uma sede pudesse vir a sediar um determinado evento nacional. Teremos uma nova reunião agendada para o dia 31 de outubro, quando deliberaremos sobre o calendário 2026.

Mundo Botonista: Na gestão do Marcos Damázio tivemos a escolha das bolas, um marco geral no esporte, na medida em que todos os atletas tiveram a oportunidade de votar individualmente. Seja no âmbito das bolinhas bem como nas mudanças da regra, qual seu posicionamento sobre esses processos de escolhas?

LECO. Todas as questões relacionadas às melhorias para a nossa regra, entendo que devem ter a participação de todos os atletas. O botonista é o agente principal do movimento. A escolha da bolinha foi uma das decisões mais acertadas, pois foi uma feita de uma forma muito democrática já que todos expressarm sua opinião e votaram na bolinha que cada um achava que era a mais adequada. Venceu a bolinha que recebeu mais votos. Entendo que as decisões democráticas dentro do movimento, são o caminho. Necessitamos ter ações mais colaborativas, mais participativas eengajadoras, de forma que todas as pessoas sintam que fazem parte dos processos de tomada de decisão.

Mundo Botonista: O Dadinho nos últimos anos obteve um crescimento muito grande e conseguiu trazer muitos clubes e botonistas novos. O que fazer para a 3 toques ter um crescimento nos mesmos moldes?

LECO. A comparação do crescimento do Dadinho ou da 12 toques com a 3 toques é um tema delicado. Com todo respeito à duas regras citadas, posso dizer que elas são mais dinâmicas e também mais de praticar. Na minha visão seriam como jogar Banco Imobiliário. Por outro lado, a 3 Toques, ela está mais relacionada a um jogo de estratégia, tal como o War. Sendo assim, sua complexidade é muito maior, o que pode fazer com que os botonistas, em um primeiro momento, tenham mais dificuldade, o que é uma trava até mesmo para que as pessoas possam continuar a jogar. O que podemos fazer é mudar o cenário é tentar fortalecer o movimento, buscar uma comunicação mais ágil, mais eficiente, procurando as mídias sociais, de forma se consigamos aparecer um pouco mais, buscar patrocínios, conseguir uma visibilidade maior. Desta forma, as pessoas vão conhecer um pouco mais o movimento.

Mundo Botonista: Quem irá compor sua equipe de trabalho?

LECO. Pensar na questão da composição de uma equipe de trabalho não é uma coisa tão simples. No primeiro momento, confesso que tenho escutado muitos conselhos, muitas ideias de pessoas chave da regra, que estão à frente do movimento há muitos anos e que conhecem bastante as complexidades e especificidades do nosso meio. Essas pessoas são essenciais como fonte de consulta para que possamos e tomar decisões mais assertivas quanto à composição de uma equipe. Ao meu ver, precisamos de um diretor técnico, de um financeiro, para que nossas ações sejam transparentes para o movimento, além de um diretor de comunicação que, como citei anteriormente, é um tema essencial. Junto a todos.

Mundo Botonista: Quais são os planos de investimento com os valores arrecadados na modalidade?

LECO. Bem, falar sobre planos de investimento e os valores arrecadados na regra é um assunto que merece toda atenção, pois é preciso ter responsabilidade com o dinheiro dos botonistas. Estou simplesmente representando o movimento e gostaria que os nossos campeonatos fossem mais enxutos, tivessem com taxas de inscrições mais acessíveis, ou seja, que a gente realmente tivesse uma planilha que nos indicasse quais são os reais custos de um campeonato, seja de logística, seja de compra de mesa, de trave, bolinha, palmômetro, troféus ou qualquer outro tipo de componente que seja necessário para a realização de um determinado campeonato. No meu entender, devemos conhecer um pouco melhor sobre esses gastos para que possamos taxas de inscrição que tornem os campeonatos acessíveis a todos os bolsos.

Mundo Botonista: Deixe suas palavras finais para os praticantes da regra. Fique à vontade para deixar seu pedido ou palavra e desejo boa sorte no mandato.

LECO. Antes das considerações finais, gostaria de informar aos amigos botonistas que estabeleci alguns objetivos de curto, médio e longo prazo que vamos implementar de forma gradativa, buscando garantir maior qualidade, maior visibilidade dos nossos campeonatos, do nosso ambiente, com a intenção de fortalecer o nosso grupo e a nossa regra para, futuramente,  pensar em crescimento. São ações simples, mas que no meu entendimento são extremamente representativas. Uma gestão participativa e colaborativa, necessita de estar totalmente aberta e  deve envolver todas as pessoas e escutá-las para que o movimento possa ser melhor entendido e assim, propor soluções que sejam mais adequadas e mais assertivas para que a condução da nossa regra. Sendo assim, gostaria de pedir a todos os botonistas da 3 Toques que interajam de forma amistosa e colaborativa.  Agradeço pela confiança e espero contar com o apoio de todos para que a possamos fazer um pouco mais e melhor o nosso movimento.

Desejamos sucesso ao Leco, novo Diretor da 3 toques e que a regra possa cada vez mais crescer e trazer novos praticantes.