Painel do Mundo
Por Carlos Cláudio Castro (20/03/2024)
Uma velha discussão permeia desde sempre o meio botonístico 12 toques: times com botões iguais ou de cores diversas? Mesma decoração ou variável? Eu confesso que já mudei de opinião várias vezes, de acordo com argumentos bem convincentes, de uma corrente de pensamento ou de outra.
Quando comecei a jogar botão, na infância, não havia uniformidade de “jogadores”, até pela dificuldade de se encontrar materiais adequados para o jogo. Meus times chegavam a ter dez botões totalmente diferentes, variando de capas de relógio a discos de madeira, com botões de camisa sendo predominantes. Times de cores diversas, então, não me parecem nada estranhos.
Por outro lado, a uniformidade dos “jogadores” faz o jogo lembrar mais a inspiração da “brincadeira”, o Futebol. Parece mais organizado para quem assiste, além de facilitar as transmissões televisivas, o Mundo Botonista que o diga. Há quem comente que denota um maior ar de seriedade, o que corrobora para um reconhecimento externo melhor do esporte.
Vejam o que diz o texto atual da regra sobre os botões, no Item 15.6: “um mesmo time pode conter botões de diferentes tamanhos e tipos, pode ainda ter botões de cores diferentes entre si, desde que todos contenham um escudo ou logo em comum, que pode variar o tamanho e a cor, mas não o modelo (desenho/design), que os identifique como equipe e, logicamente, com números diferentes (de mesma cor ou não).”
Permissivo demais ou adequado? Esperar consenso entre os praticantes da regra é utopia, mas, essa questão faz parte do repertório de discussões das diversas federações do país. Acho que uma medida radical no sentido de padronizar os componentes do jogo, ocasionando botões iguais em cor e decoração, variando apenas as dimensões estruturais (diâmetro, altura, ângulos…), parece estar distante da nossa realidade.
Para os amantes das mudanças e aprimoramentos, nos quais me incluo, deixo os versos do eterno Belchior:
“Mas é você que ama o passado
E que não vê
É você que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem”
O cearense Carlos Cláudio Alencar de Castro é médico neonatologista, adepto do lema “a arte torna a vida suportável”, fanático torcedor do "Vozão" (Ceará Sporting Club) do qual é membro efetivo do conselho deliberativo. Carlos é um estudioso do Futebol de Mesa, membro do Comitê Gestor das Regras 12 Toques da CBFM e responsável direto por levar a modalidade 12 toques para o estado do Ceará.
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