Painel do Mundo

o blog do
MUNDO BOTONISTA

Por José Carlos Cavalheiro (03/11/2021)

Um jogo de sedução.


Na semana passada, dia 27/10/2021, o fórum do Mundo Botonista fez uma pergunta aos seus participantes, se o esporte futebol de mesa perde a oportunidade de se renovar e expandir quando deixa de investir no futebol de botão amador. Inicialmente, gostaria de dizer que também somos amadores. Da maneira que ela é colocada, parece que a culpa por esses atletas não federados não nos procurarem é das modalidades oficiais. Obviamente, esses jogadores sabem da nossa existência. Então, por que não nos procuram, já que somos tão “maravilhosos”? 


Se federar e praticar um esporte organizado têm diferentes ônus e os principais são o comprometimento, o tempo e o financeiro. Nem todo mundo quer esse peso nas suas vidas, já que usam o futebol de mesa como um relaxamento, uma forma de convívio social. Além do mais, carregamos uma pecha que nos é atribuída, muitas vezes injusta e outras não, de que somos arrogantes e pretensiosos. No Rio de Janeiro há um fenômeno similar com a modalidade Dadinho. Diversas ligas "amadoras" (algo que reafirmo que também somos) não querem se federar, alegando que o único intuito deles é jogar entre amigos e preservar a essência da brincadeira do futebol de botão. Esse sentimento, creio eu, também é compartilhado por aqueles que jogam regras iguais ou semelhantes às regras oficiais, utilizando botões usados pelos federados ou não. No meu entender, nem todos estão dispostos a entrar no nosso mundo, mas existe gente disposta a fazer o caminho contrário, pois compartilham essa mentalidade exposta na ótima coluna do Planeta Dadinho, “Federar ou não federar? Eis a questão”, brilhantemente escrita pelo colega Alysson Cardinali.


Atrair os jogadores de botão para o esporte futebol de mesa é um jogo de sedução. É como tentar conquistar aquela menina linda que mora na mesma rua. Ela sabe da sua existência, mas não está interessada. Então você tenta mostrar o quanto é uma boa pessoa, o quanto tem de dinheiro, o quanto é culto e o quanto pode fazê-la feliz. Pode ser que um dia, com muita insistência, você consiga convidá-la para sair, pode até acontecer um beijo, com muita sorte um namoro de curta duração, mas se ela não estiver realmente interessada, a relação vai chegar somente até aí.


Diante dessas conjecturas, minha resposta para a pergunta citada no primeiro parágrafo é um rotundo NÃO. Não desperdiçamos uma oportunidade com aquilo que não está e que não quer estar ao nosso alcance. Não vejo como uma estratégia eficaz de expansão. Segundo a avaliação de um participante do fórum, só em São Paulo existem 1.000 jogadores que utilizam a regra da modalidade Bola 12 Toques de forma não federada. Se atrairmos 1% deles ganharemos 10 atletas. Entretanto, se a inciativa não é o proselitismo botonista para angariar adeptos para a modalidade A ou B, mas a expansão do “movimento futebol de mesa” (ou futebol de botão, como se queira designar), neste caso entendo que aproximação é absolutamente necessária. No melhor estilo, vamos ser apenas bons amigos e com o tempo a gente vê o que acontece.

Biblioteca de "É tudo Botão"
Reler publicações anteriores de José Carlos Cavalheiro

Formado em Agronomia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, José Carlos Marques Cavalheiro, nasceu na capital carioca no ano de 1962. Foi atleta de futebol de mesa na modalidade Bola 12 Toques de 1998 a 2005, quando foi viver em diferentes lugares: São Paulo, Paris, Jundiaí e Bogotá, onde atualmente reside. É o responsável pelo site da FEFUMERJ desde dezembro de 2004. Atualmente exerce o cargo de Diretor de Comunicação da entidade.

....................................

cavalheiro@mundobotonista.com.br
fefumerj@fefumerj.com.br


Posts anteriores 
Por Luiz Oliveira 20 de dezembro de 2024
Losers
Por Giovanni Nobile 7 de dezembro de 2024
Tá no filó
Por José Jorge Farah Neto 7 de dezembro de 2024
CBFM em ação
Por Giuseppe Spasiano 6 de dezembro de 2024
Subbuteo Planet
Mostrar mais
Share by: