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MUNDO BOTONISTA

Por Marco D´Amore (08/10/2024)

Rinqueza

Sei que ultimamente estou escrevendo muito sentimentalmente por aqui. Mas, confesso que é difícil fugir dessa tendência. Sentimental eu sou, eu sou demais. Eu sei que sou assim. E assim, sim, aviso logo que essa é mais uma crônica família, de uma família que nos mostra o que é ser rico. Em grana?... #sqn, e sim em enorme generosidade: família Rinco, dos botonistas, Júlia, Wallace e o pai, um tal de Rinco. Sei que você deve estar aí sem entender niente, não é? Eles são de São Bernardo do Campo (Bernô,  para os íntimos). Jogam pelo Meninos, e como todos nós, são apaixonados por esse nosso esporte, o futebol de mesa.

O pai de (a) família fez como vários já sabem; mostrou o caminho ao filho Wallace que joga há vários anos e tornou-se um atleta completo. Não contente, quando a categoria Sub18 renasceu, no período pós-pandemia, ele fez mais: inscreveu na federação a filha, Júlia, que continua jogando. E isso é único mesmo. Ela é a única atleta feminina atualmente federada no Brasil na regra 12 Toques; demais estados me corrijam se eu estiver enganado. E torço para estar!

Vocês devem estar se perguntando: é algo que outros pais já fazem ou fizeram, qual seria o diferencial? Pois então, há sim. Wallace deu continuidade nos ensinamentos caseiros e clubistas, e expandiu tudo que aprendeu com o pai, irmã e amigos, em casa e no clube a, literalmente, outros horizontes, sendo que um dele tem tudo a ver com passar o legado: a escola.

Pai, filha e filho não ficam apenas jogando, vão muito além, doando tempo (que é dinheiro - no caso dinheiro que não só vai, mas que volta) a um futuro melhor, ao futuro menor. E são vários menores mentoreados pelo grande Wallace que já foi pequeno também e atualmente passa longos períodos ensinando. Wallace faz um trabalho em um colégio, ministrando aulas para uma garotada muito bacana, que já participa dos torneios Sub18 da federação paulista.

O projeto começou na metade de 2022, após o pai de um aluno. Foi efetuada uma reunião com o diretor e a coordenadora de esportes da escola procurá-los e proposta uma clínica, na qual as crianças, no horário de educação física, pudessem conhecer a modalidade. Posteriormente, fizeram uma pesquisa interna para averiguar o interesse dos alunos e transformaram a clínica em atividade extracurricular. Foram obtidas mesas com a federação e o restante do material com o Meninos Futebol Clube e também com outras doações.

Atualmente, são duas turmas, com quatro mesas montadas, contendo em média de seis a oito alunos por aulas de 50 minutos que ocorrem uma vez por semana. Entre essa garotada há oito alunos federados já há algum tempo. Agalerinha segue bastante animada, com família acompanhando os eventos e também aprendendo a magia do jogo, com o qual não tinham contato até então. Se essas criança seguirão pouco importa. O que realmente conta é que fica claro e notório que com pouco se faz muito. É uma iniciativa facilmente replicável, e que gera, ao menos, um mínimo de interesse.

Riqueza é acúmulo, coisa que nós fazemos com times, entre outros itens do nosso futebol de mesa. Deixo aqui o meu apelo. Doem! Os times? Não necessariamente. Doem tempo. Ensinando os novatos. Um minuto ou um ano, tanto faz. Vamos juntos fazer a diferença para que o esporte continue vivo, e cresça mais e mais. O que está escrito nessas linhas é muito mais que uma crônica homenageando pessoas, é também uma convocação para replicarmos tal iniciativa. Quem quiser mais informações a respeito entrem em contato que disponibilizarei, com todo prazer, o material completo do projeto. Mirem-se no exemplo de Atenas, Bernô e adjacências.

Biblioteca de "O rei está nu"
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Marco Aurélio D’Amore nasceu em 1975 em Sta. Bárbara d’Oeste, é formado em Engenharia Civil, com pós em Produção, é um eterno entusiasta da Gestão de Projetos. Joga botão desde 1979 e é federado desde 2017, quando foi batizado Marco Butantã em homenagem ao Grêmio de mesmo nome. Ama o “Botonismo”, mas a briga pelo 1º lugar é boa com a Música! “Mil tons” à parte, gosta de missões bem difíceis, como apresentar o contradito e desafiar as obviedades discursivas. Como cronista da coluna "O rei está nu" Marco quer ser a voz de todos aqueles que se preocupam com a renovação do futebol de mesa em todo território nacional - divulgando as melhores iniciativas de reintegração de atletas e formação de novos adeptos.

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damore@mundobotonista.com.br

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