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Por Márcio Bariviera (15/09/2024)

O torneio do feriado

E então comemoramos mais um sete de setembro. Já comemoramos 202 vezes essa data, diga-se de passagem. É sempre bom lembrar aos mais desavisados e também aos que colavam nas provas de História: sete de setembro foi o dia em que Dom Pedro I proclamou a independência do Brasil diante de Portugal. Ao menos temos o feriado como parte boa de tudo isso.

Falando de feriado, lembrei de um torneio que fiz no bom e velho xalingão naquele dia ensolarado de inverno e sem escola. Deveria ser uma terça-feira qualquer. Por falar nisso, terça-feira é um dia meio morno. A fofoca do final de semana passado foi ontem, amanhã é quarta e logo vem o final de semana. Mas a terça-feira é um dia estranho, vazio. Meu torneio tinha que contextualizar com a importância da data. Afinal, no dia seguinte a professora iria perguntar o que fizemos e eu precisava mostrar meu patriotismo, acreditando que desta forma iria impressioná-la.

Então, criei um quadrangular. Entre as seleções participantes, Brasil, Portugal e Espanha. Faltava escolher a quarta e última. O primeiro nome que veio à minha mente foi a Argentina. Porém, como era época de Maradona e Caniggia, abortei imediatamente o "convite”, pois eu recém me recuperava da eliminação de 1990 e preferi não correr esse risco. Assim, optei pela Itália para representar as minhas origens e o carinho que tenho por ela, apesar do Paolo Rossi.

Torneio simples: todos contra todos e quem fizesse mais pontos levaria o caneco, que montei em um pedaço reforçado de cartolina amarela que estava perdido pelo meu quarto. Os jogos foram acontecendo e chegamos na última rodada com Brasil e Itália tendo vencido seus dois confrontos e assim, automaticamente, fizeram uma espécie de final. Foi um passeio de 3 a 1, de virada. E o troféu de cartolina amarela ficou com o time de camisa da mesma cor. Deixando bem claro que foi uma coincidência, joguei todas as partidas de forma imparcial.

Foi um dia bem proveitoso. Na manhã seguinte eu iria estufar o peito e dizer para a “profe” que honrei o sete de setembro tornando o povo brasileiro do meu imaginário muito realizado. Que na noite anterior o Cid Moreira começaria o Jornal Nacional falando daquela conquista e que, mais uma vez, o Brasil nos deu motivo para sorrir. Deus é testemunha do quanto eu queria voltar àquela época..

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Marcio Bariviera

O gaúcho de Rodeio Bonito, Marcio Bariviera é gerente administrativo do União Frederiquense, clube que disputa a Série A2 do Gauchão, além de assinar uma coluna semanal no jornal O Alto Uruguai, de Frederico Westphalen-RS. Rock e futebol de botão são duas paixões desde a infância (e se puder dar palhetadas ouvindo Led Zeppelin fica time completo).

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marcio_bariviera@mundobotonista.com.br
(055) 99988-6612

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