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Por Luiz Oliveira (11/04/2025)

Dois pesos, duas medidas e dois jogos distintos

Em 2025, inicia-se mais uma temporada de Losers, uma coluna dedicada aos aprendizados que nascem das derrotas. Para o primeiro texto desse ano, queria trazer um tema que me atropela desde o começo, quando percebi que o jogo individual e o de equipes são diferentes dentro do futebol de mesa. Não tenho aqui um histórico de altíssima performance, nem de grandes feitos, mas é notório, até sem estatísticas, que meu jogo individual rende muito mais que aquele em equipe. 

Por aí já ouvi de tudo, mas há quem diga que o jogo de equipes é melhor. De fato, é bom estar acompanhado e não se sentir o único responsável pelos sucessos e fracassos. Pode ter menos peso. Há também aqueles que dizem o oposto, já que existe a pressão da responsabilidade com os companheiros de clube. Afinal de contas, existem atletas que treinam, investem e são obcecados por melhorar, mas existem aqueles que só querem se divertir. Nenhum deles está errado e no futebol de mesa há espaço para que perfis antagônicos ocupem o mesmo time.

Não é óbvio o que acontece, ao menos para mim. O time é o mesmo, a bola é a mesma, as mesas variam um pouco, mas são, majoritariamente, semelhantes. Quando penso no assunto, algumas questões me vêm à cabeça: será que o excesso de responsabilidade com o clube e demais jogadores piora a performance? Ou deveria deixar o atleta mais concentrado? Será que o receio de perder deixa a vitória mais distante, já que qualquer pontinho vale ouro? Perguntas não faltam. 

A brilhante Chris Evert, tenista número um do mundo na década de 70 do século passado, disse para sua mentorada, Ajla Tomljanović, no episódio 8 de Breakpoint (série disponível na Netflix), que para ganhar ela precisava ser mais megera. O sentido do termo era de intimidação e o quanto poderia entrar na quadra “mostrando mais os dentes”.

Talvez o excesso de cordialidade tire muito da competitividade de atletas, que individualmente se impõem na mesa da forma que não conseguem quando integram o time, e isso pode acontecer porque, muitas vezes, constroem uma mentalidade bem diferente como grupo.

Enfim, muito a se pensar para o começo da temporada. E você, já parou para refletir sobre esse assunto? Compartilhe a sua experiência.

Luiz Oliveira é jogador de 12 toques e designer, trabalha com tecnologia e se empolga com facilidade ao ver estratégias bem feitas e análises de dados. Palmeirense desde sempre, professor universitário durante sete anos, baixista e DJ por diversão, além de ser um eterno estudante que está sempre atrás de algo novo para se aprofundar.

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luiz_oliveira@mundobotonista.com.br
(011) 98757-0035

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