A primeira experiência.

– Papai, o que são essas coisas?

– Não são coisas, filho. São os times de futebol de mesa do papai.

– Tudo isso?

– Sim, o papai coleciona desde que era criança.

– Mas eles só ficam guardados? Nunca vi você jogar.

– O papai guardou para esperar você chegar, lhe ensinar e podermos jogar juntos.

– E podemos jogar agora?

– Podemos, sim. Vou te mostrar como que a gente manuseia.

– Posso empurrar com o dedo?

– Não, filho. A gente usa uma palheta. Essa preta, aqui.

– E faz como com ela?

– A deslizamos ela sobre o jogador, fazendo com que ele toque na bola.

– É como futebol de verdade, então?

– Isso mesmo. Porém, com suas devidas regras. São várias regras espalhadas por aí, então definimos uma e jogamos.

– E aqueles dois quadrados grandes, são os goleiros?

– Exatamente, como um goleiro de verdade.

– Mas cadê os braços e as luvas?

– Eles não possuem, assim como os jogadores não possuem pernas para chutar. Serem muito parecidos não quer dizer que precisem ser iguais, filho. O que importa é a diversão.

– Por que você deu seis toques antes e agora doze, papai?

– Por que a gente joga a regra de 12 Toques, posso dar no máximo doze, às vezes menos.

– Que legal, acho que vou curtir muito esse esporte. Posso jogar um torneio com você?

– Antes de participar de torneios, você precisa treinar. E você só tem cinco anos, filho.

– Você promete que vai treinar bastante comigo?

– Claro que sim, já podemos começar.

– Pessoaaaaaal, o jantar está pronto!

– Já estamos indo, querida.

O gaúcho de Rodeio Bonito, Marcio Bariviera é gerente administrativo do União Frederiquense, clube que disputa a Série A2 do Gauchão, além de assinar uma coluna semanal no jornal O Alto Uruguai, de Frederico Westphalen-RS. Rock e futebol de botão são duas paixões desde a infância (e se puder dar palhetadas ouvindo Led Zeppelin fica time completo).

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