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MUNDO BOTONISTA

Por José Carlos Cavalheiro (16/07/2024)

Trocação

As regras 12 Toques, Dadinho e Pastilha são muito diferentes, a começar pela "bola" que é utilizada em cada uma delas. A quatindade de toques também não é uniforme: 12x3, 9x3 e 8x2, repectivamente, Também não são análogas no que diz respeito ao tamanho dos botões, sendo a regra Dadinho aquela que utiliza botões mais altos, enquanto na 12 Toques e na Pastilha esse fator é bastante variável. O tempo de jogo, por sua vez, é menor no Dadinho; são 14 minutos por partida, divida em duas etapas de sete minutos. Na 12 Toque e na Pastilha temos 20 minutos divididos em dois tempos de 10 minutos. Na 12 Toques, pode-se utilizar uma palheta para a condução e outra para o chute ao gol. Nas outras duas regras  o uso da palheta de toque raramente acontece. As balizas da 12 Toques são maiores que as das demais regras, como também não é uniforme a tamanho da área disponível para se fazer gol. 12 Toques e Dadinho compartem o mesmo tamanho de goleiro, embora os arqueiros desta última, usualmente, possuem chubo embutido.

O que torna as regras semelhantes é o tamanho da mesa de jogo, que é exatamente o mesmo. Outra característica que as aproxima, é a ausência de árbitros, confiando-se na honestidade e no cavalheirismo dos contendores. Entretanto, entendo que a característica mais evidente compartilhada entre elas é a trocação. No mundo do MMA (Mixed Martial Arts) esse termo define um combate franco, em que os oponentes estão de pé, distribuindo cabeçadas, joelhadas, socos, chutes e cotoveladas de forma recíproca. São os famosos "bateu, levou" e "chumbo trocado não dói" embora, na maioria das vezes, doa mais de um lado do que do outro. Nessas três regras acontece, aproximadamente, o mesmo. Um botonista ataca e o outro revida, diferentemente do que sucede nas regras 1 Toque e 3 Toques, que se parece mais com uma luta de paciência e estudo do oponente, onde um adversário aproveita o menor descuido do rival para finalizá-lo, algo como o judô ou a luta greco-romana. Por sua vez, o Subbteo é um caso à parte, mais comparável com o taekwondo ou com o karate pelo seu dinamismo e intensidade, uma regra sem direito ao clinch, abraço que se dá no contricante para impedir os golpes. Acho que se poderia comparar o clinch com a "cera".

A trocação torna as três regras citadas no primeiro parágrafo muito dinâmicas. Obviamente, elas também permitem estratégias que fazem com que  não sejam tão abertas como podem parecer. Independentemente da regra, no futebol de mesa a luta nunca termina por nocaute, mas por tempo embora, muitas vezes, poderia ser decretado um nocaute técnico, pela total incapacidade de um atleta reverter um resultado. Não tenho a menor simpatia pelo mundo da luta, nem para ver e, muito menos, para praticar. Entretanto, no futebol de mesa, no nosso octágono (que é retangular), prefiro a trocação à luta de chão.


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José Carlos Cavalheiro • 16 de julho de 2024

Formado em Agronomia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, José Carlos Marques Cavalheiro, nasceu na capital carioca no ano de 1962. Foi atleta de futebol de mesa na regra12 Toques de 1998 a 2005, quando foi viver em diferentes lugares: São Paulo, Paris, Jundiaí e Bogotá, onde atualmente reside. É o responsável pelo site da FEFUMERJ desde dezembro de 2004. Atualmente exerce o cargo de Diretor de Comunicação da entidade.

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