O que é sucesso para você?

Um dos grandes receios que tive ao começar a jornada como capitão da equipe B do meu clube, foi o fato de ser a pessoa a quem os demais jogadores recorreriam para pedir ajuda. Pensar isso, para mim, foi um mix de felicidade e desespero. Ambos apareciam, inclusive, nos mesmos momentos.

Quando completei 42 anos, em julho deste ano, escrevi um pouco sobre a minha vida profissional. Com duas décadas dedicadas ao design, fracassei demais. Afinal de contas, “não” é a palavra mais ouvida por qualquer profissional da área e, na maioria das vezes, por pessoas que pouco faziam ideia do que estavam falando. 

A vida também me trouxe alguns sucessos e me proporcionou boas experiências. Digo isso porque carrego sempre comigo uma frase do saudoso Antônio Abujamra, mestre na arte da provocação ao pensamento. Quando perguntado sobre o que significava sucesso, ele respondeu que tanto fazia o sucesso ou o fracasso, ambos eram impostores. 

Como capitão, o dia em que mais eu fracassei num jogo de equipes também foi um dos meus maiores sucessos. Eu apenas sentei no chão, após a terceira das seis rodadas, e disse para um colega: eu não faço a menor ideia do que fazer. Naquele momento eu dei espaço para outro Luiz entrar no jogo, aquele que não era representado pelo fracasso completo das rodadas anteriores, muito menos aquele que deveria guiar todo mundo para o sucesso. Fui apenas um jogador/capitão mediano. Alguém aceitando o processo, encarando o aprendizado e vendo o breve surgimento dos pequenos sucessos. 

Luiz Oliveira é jogador de 12 toques e designer, trabalha com tecnologia e se empolga com facilidade ao ver estratégias bem feitas e análises de dados. Palmeirense desde sempre, professor universitário durante sete anos, baixista e DJ por diversão, além de ser um eterno estudante que está sempre atrás de algo novo para se aprofundar.

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