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MUNDO BOTONISTA

Por Márcio Bariviera (19/09/2021)

O querido.

Levanta a mão quem conhece o Ibiraçu! Vai aí um mamão com açúcar para quem não conhece: é um clube de futebol do Espírito Santo e, garanto, poucos botonistas têm – ou tiveram – esse time em sua coleção. Eu tive.

 

Eu ainda vivia a infância quando foi criada a Copa do Brasil, em 1989. E, óbvio, seguindo a tendência natural, também criei a minha. Porém, como ainda era novidade aquele estilo mata-mata, resolvi pegar a tabela que veio publicada no jornal e fazer a minha competição.

 

Porém, havia um problema, eu não tinha todos os times. Aí, o jeito foi usar a criatividade, a qual tenho certeza que muitos fizeram em N situações não só em Copa do Brasil, mas Copa do Mundo, entre outras: pegar o Inter emprestado para ser o América de Natal, o Flamengo para ser o Flamengo do Piauí, o Cruzeiro para ser o Confiança e assim por diante. E o querido Ibiraçu, de cores verde e branco, ficou afiliado do Palmeiras.

 

E assim começou a competição em dois estádios: o Xalingão e o assoalho. As partidas dos “melhores gramados” eram disputadas no Xalingão e os gramados mais precários tinham os seus jogos realizados no assoalho. Era simples: tentar seguir as qualidades (ou falta delas) de acordo com as realidades de cada estádio.

 

Minha Copa do Brasil foi mais curta, pois era jogo seco, sem a partida de volta. Aí resolvi valorizar os pequenos e fazer as partidas nas casas deles. De início foram mais jogos no assoalho do que no Xalingão. E nosso Ibiraçu, o querido, enfrentaria o Grêmio no “Assoalho Engenheiro Araripe”. Seria um falso Palmeiras x Grêmio, mas a Placar me salvou.

 

Um dia antes de iniciar a competição o Seu Tonho, meu vizinho que assinava a Placar e me dava as revistas depois de ler, acabou me presenteando com uma edição onde o Ibiraçu, o querido, teve seus escudinhos publicados. Como eu tinha o Palmeiras do 1 ao 22, não pensei duas vezes: limpei 10 jogadores e fiz meu Ibiraçu. E o Querido incomodou.

 

Na estreia o Querido derrotou o Grêmio nas penalidades. E o Grêmio tinha o Mazaroppi, pegador de pênaltis, veja só! A sequência da competição não tenho como lembrar (e aí vem outra vez o arrependimento de ter jogado no lixo as minhas deliciosas tabelas). Lembro da final, essa não teria como esquecer: no Xalingão, contra o Vasco, aquele Vasco branco da Gulliver, com arte azul no fundo, quem não lembra?

 

O Vasco era o chamado “cano” de time. Tanto que foi campeão brasileiro “de verdade” naquele ano. E chegou na final da minha Copa do Brasil contra o querido Ibiraçu. No fim o psicológico do mais forte contra o mais fraco prevaleceu e o time carioca venceu por 2 a 0.

 

Em resumo, o Vasco foi o campeão do meu torneio, mas o título de mais querido ficou com o Ibiraçu. Não sei como esse time está hoje, se ainda disputa algo, se está inativo, enfim. O fato é que simpatizo com ele até hoje. Motivo? Não sei explicar. Talvez por achá-lo querido.

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O gaúcho de Rodeio Bonito, Marcio Bariviera é gerente administrativo do União Frederiquense, clube que disputa a Série A2 do Gauchão, além de assinar uma coluna semanal no jornal O Alto Uruguai, de Frederico Westphalen-RS. Rock e futebol de botão são duas paixões desde a infância (e se puder dar palhetadas ouvindo Led Zeppelin fica time completo).

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marcio_bariviera@mundobotonista.com.br
(055) 99988-6612

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