Chega de saudades.

O assunto vinha tomando mais tempo das conversas. A roupa estava dobrada e na mochila há alguns dias. Constantemente o olhar desvia-se para o calendário. O coração palpitava como naquela primeira vez. O virtual estava, finalmente, prestes a virar real. Chega de saudades. O grande momento havia chegado. Os regionais, após cerca de três anos, foram disputados.

De Norte a Sul, cerca de 200, botonistas da modalidade 1t disco liso, voltaram a deslizar aqueles botões com alma, nos tablados. Quiseram os deuses do futebol de mesa que a volta ocorresse em duas cidades do interior: Caxias-RS e Guarabira-PB.

E, no Centro-Sul e no Norte-Nordeste, tantos reencontros ocorreram. Os abraços foram mais fortes. As conversas mais sensíveis. A cordialidade, nos vários momentos de dúvida, venceu tantas vezes o egoísmo, como jamais havia vencido. A vontade de matar a saudade dos amigos e dos colegas suplantou àquela vontade de vencer inerente ao ser humano.

Óbvio, nem tudo foram flores, mas o sentimento, no geral, era outro. Podia-se, quase, tocar todos os amigos. Mesmo os que lá não estavam. Mesmo os tantos que alcançaram outro plano. Todos lembrados em cada lance. O que ele faria? O que diria? Como vibraria? Como ele contaria aquela vitória? Como nos aconselharia após um resultado ruim?

Todos estavam lá, sim. A energia era outra. Uma comunhão em que decidimos, por uma consciência coletiva, ou intuição espiritual, homenagear a todos os que lá não estavam, abraçando e saudando a todos os que lá estavam.

E numa realidade que vinha sendo amarga - longe daquelas tábuas e dos amigos, voltamos para, quem sabe, fazer uma nova realidade para o nosso futmesa 1t. Afinal, o show tem que continuar. E, espero que continue da maneira que foram esses dois grandes eventos da modalidade. 

Sergio Travassos é diretor do Santa Cruz F.C. há doze anos, jornalista com outras duas formações, Educação Física e Marketing, que atua há muito tempo em prol do desporto pernambucano. Tendo passagens pela Federação Pernambucana e CBFM. Sendo uma das figuras que mais defende o jogo de futebol de mesa, independente da regra de atuação, bem como que as competições sejam feitas em locais públicos, visando atrair mais visibilidade para o futmesa.

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